Transtorno dissociativo de identidade (TDI): o que é, sintomas e tratamento

TDI é um distúrbio psicológico onde uma pessoa apresenta múltiplas identidades. Sintomas incluem lapsos de memória e mudanças de comportamento. Tratamento envolve terapia.

O que é Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI)?

O Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), anteriormente conhecido como Transtorno de Personalidade Múltipla, é uma condição complexa e fascinante da saúde mental. Caracteriza-se pela presença de duas ou mais identidades distintas ou estados de personalidade, que controlam o comportamento da pessoa alternadamente. Cada uma dessas identidades pode ter memórias, comportamentos, pensamentos e emoções próprios, diferenciando-se significativamente uma da outra.

Entender o TDI requer uma apreciação de como experiências traumáticas, especialmente na infância, podem levar ao desenvolvimento deste transtorno. É comum que os indivíduos com TDI tenham sofrido eventos de abuso físico, emocional ou sexual intenso e prolongado. Nesse contexto, a dissociação pode servir inicialmente como um mecanismo de defesa para escapar das dores da realidade, resultando eventualmente no desenvolvimento de identidades dissociativas.

Ao contrário do que muitos podem pensar, o TDI não se refere a uma pessoa que simplesmente muda de humor rapidamente, mas sim a mudanças profundas na identidade. Essas alterações são tão significativas que podem incluir variações na fala, posturas, gestos e preferências, criando uma complexidade diagnóstica e terapêutica considerável.

Sintomas

Os sintomas do Transtorno Dissociativo de Identidade podem ser profundamente perturbadores e confusos, tanto para os indivíduos afetados quanto para aqueles ao seu redor. Além da presença de duas ou mais identidades distintas, outros sintomas incluem lapsos de memória extensos, que não podem ser atribuídos ao esquecimento comum. Esses lapsos podem abranger períodos de tempo significativos, eventos importantes, informações pessoais e habilidades adquiridas.

Indivíduos com TDI também podem experimentar episódios dissociativos, nos quais se sentem desconectados de si mesmos e do mundo ao seu redor. Durante esses episódios, pode ocorrer uma sensação de estar fora do próprio corpo (despersonalização) ou de que o mundo é irreal (desrealização). Além disso, é comum a presença de sintomas depressivos, ansiosos e comportamentos autodestrutivos, o que aumenta a complexidade do cenário clínico.

A variação entre as diferentes identidades pode ser tão drástica que cada uma pode ter sua própria postura corporal, maneira de falar e até preferências alimentares. Curiosamente, em alguns casos, as identidades podem ter conhecimento uma da outra, enquanto em outros, elas podem ser completamente inconscientes da existência das demais, adicionando outra camada de complexidade ao diagnóstico e tratamento.

Como confirmar o diagnóstico

Confirmar o diagnóstico de Transtorno Dissociativo de Identidade é um processo desafiador, que requer uma abordagem cuidadosa e detalhada. É fundamental que a avaliação seja realizada por um profissional de saúde mental com experiência no diagnóstico e tratamento de transtornos dissociativos. A história clínica do paciente é profundamente investigada, com atenção especial a relatos de traumas na infância, lapsos de memória e mudanças abruptas em comportamento, pensamentos ou sentimentos.

A entrevista clínica, nesse contexto, deve ser abrangente e pode ser complementada por questionários específicos e técnicas projetivas. Além disso, é essencial descartar outras condições médicas ou psiquiátricas que possam mimetizar ou estar associadas ao TDI, como transtornos de humor, epilepsia ou abuso de substâncias.

O diagnóstico diferencial, portanto, é uma parte crucial do processo, pois outras condições psiquiátricas, como o transtorno bipolar, transtornos de personalidade ou até mesmo simulação, devem ser consideradas e adequadamente excluídas.

Uma exploração detalhada da história do paciente, focando em traumas passados e sintomas dissociativos, é fundamental para confirmar o diagnóstico. Deve-se também levar em conta a persistência e a consistência das características dissociativas ao longo do tempo. Em alguns casos, o acompanhamento longitudinal do paciente pode ser necessário para uma avaliação diagnóstica precisa.

A complexidade do TDI exige um olhar cuidadoso e uma abordagem multidisciplinar para o diagnóstico, reiterando a importância de um profissional de saúde mental especializado nesse processo. Através de uma avaliação detalhada e criteriosa, é possível confirmar o diagnóstico de TDI e iniciar o caminho em busca do tratamento mais adequado para cada caso.

Este conteúdo não deve ser usado como consulta médica. Para melhor tratamento, sempre consulte um médico.

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