A cultura recifense do “frentar”: nem shows privados impedem o povo de se divertir na rua

RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – No Recife, existe um hábito comum, principalmente entre os jovens, de ir para a frente de locais onde acontecem festas e shows e, ao invés de entrar, ficar por ali mesmo, na entrada ou no entorno (para desespero dos produtores). A essa movimentação, dá-se o nome de “frentar”.

No Carnaval, a cidade é tomada por shows em palcos espalhados por vários bairros, mas o Recife Antigo, na região do centro histórico da cidade, continua congregando os principais deles, como o do Marco Zero.

Mas, no coração da festa popular, tem crescido o número de festas privadas, que oferecem comodidades para seus frequentadores, como open bar, áreas de descanso e shows exclusivos. Os preços costumam ser elevados.

Isso não impede, no entanto, aqueles que querem “frentar” para aproveitar o som dos shows desses eventos. Na noite deste domingo (19), um grupo de cerca de 30 pessoas assistiu, ainda que pelo telão, as apresentações da festa realizada no Parador, com shows de Nação Zumbi, Marcelo Falcão, Mestre Ambrósio, Academia da Berlinda e Atooxxa.

Na apresentação de Marcelo Falcão, os fãs que ficaram do lado de fora puderam acompanhar tudo pelo telão, bem visível para quem passava na rua, e cantaram e dançaram ao som dos sucessos do ex-líder do Rappa.

As amigas Marcela Leite e Ingrid Guimarães, recifenses, se programaram para “frentar” o evento, mas só um pouquinho, pois já iam correr para assistir os shows gratuitos no Pátio de São Pedro, também no centro da cidade.

De São Paulo, Leila Sangermano, que vive pela primeira vez a experiência do Carnaval no Recife, disse que não estava sabendo da festa, mas curtiu ficar do lado de fora, aproveitando o show de outra forma.

Os alagoanos Áurea e Hercílio Braga também foram pegos de surpresa com a possibilidade de ouvir os astros da música e decidiram “frentar” o evento.

Mas, quando se trata da folia recifense, esse tipo de experiência é rara, já que é possível assistir a ídolos da música brasileir, e até atrações internacionais, sem gastar um centavo. Depois do Carnaval, os recifenses voltam a “frentar”.

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Autor(es): MÁRCIO BASTOS / FOLHAPRESS

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