Transtorno dissociativo: o que é, sintomas e tratamento

Transtorno dissociativo implica na desconexão e falta de continuidade entre pensamentos, memórias, entorno, ações e identidade. Causa amnésia e despersonalização. O tratamento envolve terapia.

Transtorno dissociativo: o que é, sintomas e tratamento

Os transtornos dissociativos representam condições psicológicas que são muitas vezes mal compreendidas ou diagnosticadas de forma incorreta. Caracterizam-se por uma desconexão ou dissociação da consciência, identidade, memória, emoção e percepção da realidade. A dissociação é um mecanismo de defesa do cérebro, uma tentativa de lidar com situações traumáticas ou estressantes. No entanto, quando se torna crônica e intrusiva na vida diária da pessoa, é classificada como um transtorno dissociativo. Este artigo visa esclarecer os principais aspectos dos transtornos dissociativos, abordando sintomas, diagnóstico e tratamento.

Principais sintomas

Os sintomas dos transtornos dissociativos variam amplamente dependendo do tipo específico, mas existem características comuns que transcendem as categorias. Indivíduos com transtornos dissociativos frequentemente relatam lacunas na memória, que podem envolver períodos de tempo específicos, eventos particulares, ou informações pessoais. A sensação de estar desconectado de si mesmo é outra característica marcante, que pode se manifestar como se observar de fora, como um espectador da própria vida.

A despersonalização, um sentimento de desconexão ou estranhamento de si mesmo, e a desrealização, a percepção de que o ambiente ao redor é irreal, são sintomas comuns. Os indivíduos podem também experimentar alterações na percepção do tempo e problemas de identidade, onde podem sentir como se tivessem várias identidades distintas. Estes sintomas podem causar significativa angústia e dificuldades no funcionamento diário, embora muitos tentem esconder seus problemas por medo ou vergonha.

Como é o diagnóstico

O diagnóstico de transtornos dissociativos é um processo complexo, muitas vezes complicado pelo fato de que os sintomas podem ser semelhantes aos de outras condições psiquiátricas, como depressão, ansiedade, esquizofrenia e transtorno de estresse pós-traumático. Dessa forma, um diagnóstico preciso geralmente requer uma avaliação abrangente que inclui a história clínica do paciente, exames físicos para descartar outras causas médicas, e uma avaliação psiquiátrica detalhada.

Profissionais de saúde mental usam critérios específicos do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) para determinar se alguém tem um transtorno dissociativo. A avaliação pode incluir questionários padronizados, entrevistas clínicas e, às vezes, técnicas de avaliação psicológica para entender melhor os padrões de dissociação do indivíduo. O histórico de trauma ou abuso é um aspecto crítico na avaliação, pois estes eventos estão frequentemente na raiz dos transtornos dissociativos.

Como é feito o tratamento

O tratamento dos transtornos dissociativos envolve uma abordagem multifacetada, customizada para as necessidades específicas do indivíduo. A psicoterapia é o pilar do tratamento, com objetivos que incluem ajudar o paciente a processar e integrar traumas passados, aprender a lidar com os sintomas da dissociação, e restaurar a capacidade de funcionar no dia a dia. Métodos específicos podem incluir terapia cognitivo-comportamental, terapia de exposição para o trauma, e terapias baseadas na psicodinâmica.

Em alguns casos, pode ser benéfico o uso de medicação para tratar sintomas associados, como depressão, ansiedade ou distúrbios do sono, embora não existam medicamentos especificamente aprovados para os transtornos dissociativos em si. A integração de abordagens, como terapias expressivas ou de grupo, também pode ser útil.

O compromisso com o tratamento a longo prazo é fundamental, pois os transtornos dissociativos tendem a ser condições crônicas, especialmente se não abordadas adequadamente. A relação terapêutica, caracterizada por confiança e compreensão, desempenha um papel crucial no sucesso do tratamento. A educação do paciente e de seus familiares sobre a condição também é importante para criar um ambiente de suporte e compreensão.

Este conteúdo não deve ser usado como consulta médica. Para melhor tratamento, sempre consulte um médico.

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