Sintomas extrapiramidais: quais são, causas e o que fazer

Sintomas extrapiramidais incluem tremores, rigidez e movimentos involuntários, geralmente causados por medicamentos. Para tratar, ajustes na medicação são essenciais.

Principais sintomas

Os sintomas extrapiramidais constituem um conjunto de efeitos adversos associados principalmente ao uso de certos medicamentos psiquiátricos, atuando sobre o sistema nervoso e afetando a motricidade e a coordenação muscular. Estes sintomas lembram as manifestações vistas em doenças degenerativas, como a Doença de Parkinson, embora tenham uma origem distinta, vinculada à alteração da neurotransmissão, principalmente a dopaminérgica, no cérebro.

Os principais sintomas incluem acatisia, que se caracteriza por uma inquietação interna incontornável, levando o indivíduo a mover-se constantemente sem alívio; distonia, que pode ser entendida como contrações musculares involuntárias, ocasionando posturas anormais e, muitas vezes, dolorosas; parkinsonismo induzido por medicamentos, que imita os sinais da Doença de Parkinson, como tremores, rigidez muscular, bradicinesia (lentidão dos movimentos) e instabilidade postural; e discinesia tardia, que envolve movimentos involuntários, repetitivos e, frequentemente, irreversíveis, afectando principalmente a face, mas também o tronco e os membros.

Esses sintomas podem variar em intensidade e duração, dependendo de vários fatores, incluindo a dosagem do medicamento, a duração do tratamento e a predisposição individual.

O que fazer

Ao primeiro sinal de sintomas extrapiramidais, é crucial consultar imediatamente um profissional de saúde. A abordagem inicial geralmente envolve a avaliação das medicações que o paciente está utilizando, considerando a possibilidade de ajustar a dose ou interromper o uso do fármaco causador, sempre sob orientação médica.

Existem estratégias farmacológicas para manejar esses sintomas, incluindo o uso de medicamentos anticolinérgicos, como a benztropina, para tratar efeitos secundários como parkinsonismo e distonia. A adição de agentes que equilibram a dopamina, como a amantadina, também pode ser recomendada em certos casos. Para a acatisia, a redução da dose ou a mudança para um antipsicótico de segunda geração pode ser eficaz.

Além das opções medicamentosas, a terapia de suporte e exercícios específicos sob supervisão de um fisioterapeuta podem ajudar no manejo dos sintomas, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

É importantíssimo o monitoramento contínuo por profissionais de saúde, pois ajustes na terapêutica podem ser necessários ao longo do tempo. Além disso, a educação do paciente e de sua família sobre os sintomas e o tratamento é fundamental para o manejo eficaz desses efeitos adversos.

Possíveis causas

Os sintomas extrapiramidais estão frequentemente associados ao uso de medicamentos antipsicóticos, também conhecidos como neurolépticos. Estes medicamentos, particularmente os da primeira geração, como haloperidol e clorpromazina, têm uma alta propensão a causar efeitos adversos extrapiramidais devido ao seu potente bloqueio dos receptores de dopamina no cérebro. A dopamina é um neurotransmissor essencial para a coordenação e fluidez dos movimentos corporais, e a sua supressão nessa via pode levar ao desenvolvimento dos sintomas mencionados.

Não somente os antipsicóticos, mas outros medicamentos como antieméticos (por exemplo, metoclopramida), podem causar sintomas extrapiramidais pela mesma via de interferência com a dopamina. Além disso, fatores genéticos podem predispor certos indivíduos a uma maior sensibilidade aos efeitos desses medicamentos, aumentando o risco de desenvolver sintomas extrapiramidais.

É importante notar que, em alguns casos, esses sintomas podem ser desencadeados ou exacerbados por uma interrupção abrupta do tratamento com medicamentos que contêm dopamina, como no caso da doença de Parkinson, onde o uso prolongado e a retirada súbita de levodopa podem desencadear ou agravar os movimentos involuntários.

O reconhecimento das possíveis causas desses sintomas é fundamental para uma abordagem terapêutica adequada, enfatizando a importância da monitorização cuidadosa por parte dos profissionais de saúde na administração de medicamentos associados a riscos de efeitos extrapiramidais.

Este conteúdo não deve ser usado como consulta médica. Para melhor tratamento, sempre consulte um médico.

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