Síndrome de Reiter: o que é, sintomas, causas e tratamento

A Síndrome de Reiter é uma reação autoimune rara que geralmente ocorre após infecções, causando artrite, conjuntivite e uretrite. Tratamento visa aliviar sintomas.

Principais sintomas

A Síndrome de Reiter, também conhecida como artrite reativa, é uma condição clínica desencadeada por uma infecção em outra parte do corpo, frequentemente o trato urinário, intestinos ou órgãos genitais. Os sintomas primordiais desta síndrome englobam uma tríade característica: artrite, ou seja, inflamação das articulações; conjuntivite ou inflamação dos olhos; e uretrite, inflamação da uretra. Em alguns pacientes, estes sintomas podem vir acompanhados de lesões na pele e mucosas, como as aftas orais ou lesões genitais, e podem também incluir dor lombar, perda de peso, febre baixa e fadiga.

Pacientes com Síndrome de Reiter geralmente notam um início abrupto de dor intensa e inchaço em uma ou mais articulações, sendo os joelhos, tornozelos e pés entre as mais comumente afetadas. As manifestações oculares, como vermelhidão, dor, sensibilidade à luz (fotofobia) e diminuição da visão, podem variar de leves a severas. A uretrite pode produzir sintomas como queimação ao urinar e descarga uretral. Notavelmente, nem todos os pacientes com Síndrome de Reiter apresentam todos esses sintomas simultaneamente, e a gravidade deles pode variar imensamente de pessoa para pessoa.

Possíveis causas

As causas da Síndrome de Reiter são essencialmente infecciosas. A condição é frequentemente precedida por infecções bacterianas específicas, sobretudo Chlamydia trachomatis, responsável por infecções do trato urinário ou genital, e bactérias intestinais como Salmonella, Shigella, Yersinia ou Campylobacter. Essas infecções parecem desencadear uma resposta imune anormal em indivíduos geneticamente predispostos, resultando nos sintomas característicos da síndrome.

A genética desempenha um papel significativo no desenvolvimento desta condição, com o antígeno HLA-B27 sendo um fator de risco conhecido. Indivíduos portadores deste antígeno têm uma probabilidade maior de desenvolver a Síndrome de Reiter após uma infecção. No entanto, não é uma condição exclusiva a portadores do HLA-B27, e pessoas sem este antígeno também podem desenvolvê-la.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da Síndrome de Reiter é essencialmente clínico, baseado nos sintomas apresentados pelo paciente e seu histórico médico. Não existe um teste único que possa confirmar a presença da doença. O médico poderá solicitar uma série de exames para excluir outras condições com sintomas semelhantes e para identificar qualquer infecção subjacente que possa ter desencadeado a síndrome.

Exames de sangue podem ser realizados para verificar a presença do antígeno HLA-B27, bem como para avaliar a presença de inflamação no corpo, através da medição de marcadores como a Velocidade de Hemossedimentação (VHS) e a Proteína C-Reativa (PCR). Exames de imagem, como raios-X, ultrassonografia ou ressonância magnética, podem ser úteis para avaliar o grau de inflamação e dano nas articulações. A identificação da bactéria causadora, seja através de culturas ou testes de PCR específicos a partir de amostras de urina, fezes ou raspados das áreas genitais, é crucial para um diagnóstico definitivo.

Como é o tratamento

O tratamento da Síndrome de Reiter tem como objetivos aliviar os sintomas, tratar qualquer infecção bacteriana subjacente e prevenir danos às articulações. A abordagem é geralmente multidisciplinar, envolvendo a colaboração de reumatologistas, oftalmologistas e, quando apropriado, especialistas em doenças infecciosas.

Os antibióticos são prescritos para tratar a infecção bacteriana subjacente que desencadeou a síndrome. O regime de antibióticos será baseado no tipo específico de bactéria identificado. Para a inflamação das articulações, podem ser utilizados anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), para aliviar a dor e reduzir o inchaço. Em casos severos ou quando os AINEs não são suficientes, medicamentos como corticosteroides ou imunossupressores podem ser necessários.

A fisioterapia desempenha um papel crucial no tratamento, ajudando a manter a amplitude de movimento e a força das articulações afetadas. Em alguns casos, podem ser recomendados tratamentos adicionais para sintomas específicos, como colírios para a conjuntivite ou creme tópico para lesões cutâneas.

É importante notar que a abordagem terapêutica deve ser personalizada para cada paciente, levando em consideração a gravidade dos sintomas, as condições subjacentes e quaisquer outras variáveis relevantes. Com o tratamento apropriado, muitos pacientes podem alcançar uma remissão significativa dos sintomas ou até mesmo uma recuperação completa.

Este conteúdo não deve ser usado como consulta médica. Para melhor tratamento, sempre consulte um médico.

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