Vale a pena comprar imóvel para reformar e vender?

Estratégia de reformar e vender pode ser vantajosa, mas é preciso avaliar fatores como disponibilidade de tempo e de recursos financeiros

Comprar imóvel para reformar e vender pode ser uma estratégia lucrativa tanto para investidores, que pretendem vendê-lo ou alugá-lo posteriormente, quanto para aqueles que desejam morar no bem adquirido. Para descobrir se esse é um negócio realmente vantajoso, é preciso avaliar alguns fatores como disponibilidade de tempo e de recursos financeiros.

Estratégia de reformar e vender

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A aquisição de casas ou apartamentos para reformar e vender pode ser uma estratégia para investidores que buscam oportunidades de lucro no mercado imobiliário. A modalidade tem ganhado a atenção dos brasileiros, por motivos como valor abaixo do mercado, valorização pós-reforma e rentabilidade no futuro.

Além de comprar imóveis para reformar e vender diretamente, outra alternativa para os investidores é aplicar em fundos imobiliários (FIIs), que têm carteiras de imóveis administradas por gestores profissionais. Por meio dessa opção, os investidores indiretamente participam da compra, reforma e venda de imóveis feita pelo fundo.

Vale ressaltar que, para quem busca adquirir cotas da modalidade de FIIs, é interessante saber o que significa IFIX, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários. Isso porque, o desempenho dos FIIs é refletido no índice IFIX, uma métrica para os investidores analisarem o potencial de retorno de seus investimentos em imóveis, tanto diretamente quanto a partir de fundos.

De todo modo, para quem deseja comprar o bem para reformar e vender, deve analisar os riscos relacionados à melhoria e fazer um planejamento detalhado da ação para não ficar no prejuízo. De acordo com pesquisa feita pela Cada Casa – empresa especialista em pequenas reformas –, 94% das pessoas consultadas consideram o estado de conservação do imóvel na decisão de compra.

Dos entrevistados, 90,6% afirmaram que a reforma de uma casa ou apartamento aumenta seu valor. Além disso, 60,6% preferem adquirir imóveis já reformados e que estejam prontos para mudança, devido ao conforto, tranquilidade e bem-estar em não precisar se preocupar com ajustes.

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Profissionais ajudam a elaborar projeto acessível para melhorias

Segundo consultores imobiliários, contar com o auxílio de um profissional da área de construção e reforma e de um corretor de imóveis é fundamental para fazer uma transformação que traga resultados vantajosos. Isso porque a aquisição de um bem antigo exige uma vistoria minuciosa, e esses profissionais são capazes de fazer um projeto de rápida execução e mais acessível.

A inspeção é importante para descobrir se há goteiras, infiltrações, desníveis no piso, rachaduras e problemas na rede elétrica e hidráulica. Todos esses fatores devem ser levados em conta na hora de avaliar se os gastos com a reforma e o potencial lucro posterior valem a pena.

Conforme artigo publicado no portal do Quinto Andar, as melhorias em imóveis podem ser divididas em estéticas e estruturais. As mudanças estéticas costumam ser mais simples de executar e tendem a impactar na sensação de conforto. Já as estruturais podem ser mais complexas.

Mudanças estéticas e estruturais podem fazer parte para reformar e vender

É importante ter em mente que a sensação de valor é o que ajuda a vender um imóvel, para além do preço em si. Nesse sentido, ajustes pequenos, mas funcionais ajudam a transmitir essa sensação ao comprador.

No que diz respeito à parte estética na hora de reformar e vender, a pintura merece atenção especial. Segundo o Habitíssimo, uma pintura bem feita pode agregar até 2% ao valor de venda do imóvel.

A aplicação de sinteco nos pisos também é indicada como um reparo importante. O material é como um verniz que ajuda a revitalizar superfícies de madeira e taco, por exemplo. A iluminação também merece destaque, já que ela é capaz de gerar sensação de conforto ou, até mesmo, de amplitude do local.

Fazer reparos essenciais e pequenos ajustes também é importante para reformar e vender, já que o futuro comprador ou inquilino pode não ter tempo ou dinheiro para correr atrás desses consertos. Rachaduras, vazamentos e infiltrações devem ser corrigidos.

Como não é apenas um ambiente bem decorado que ajuda a elevar o preço de uma casa ou apartamento, pode ser necessário ainda investir na atualização das redes elétrica e hidráulica. Apesar de esse tipo de obra de reformar e vender não aparecer para quem faz uma vistoria superficial do endereço, uma investigação mais atenta pode identificar problemas e, se eles existirem, podem servir de argumento para desvalorizar o preço do bem ou afastar interessados.

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Orçamento e tempo disponível devem ser considerados na hora de reformar e vender

Comprar um imóvel para reformar e vender pode ser uma opção lucrativa para quem busca ganhar dinheiro no mercado imobiliário. De acordo com os especialistas, é preciso, no entanto, calcular os custos envolvidos, como o preço de compra do imóvel, os gastos com a reforma, incluindo materiais e mão de obra, com manutenção ao longo do processo e as despesas com taxas e impostos, por exemplo.

Entender que o lucro pode vir a longo prazo também é necessário para um planejamento assertivo para reformar e vender, já que o novo proprietário precisa esperar um tempo para “reaver” a quantia investida no bem e na reforma. Além disso, é importante ter em mente que o mercado imobiliário oscila e podem ocorrer eventuais desvalorizações enquanto o imóvel não é vendido, apesar de a valorização ser a tendência. O hiato entre o fim da reforma e a conclusão da venda é outra variável que deve entrar no planejamento de quem pretende fazer esse tipo de negócio.

Além de avaliar as despesas financeiras na hora de reformar e vender, é necessário levar em conta o tempo disponível para aguardar a finalização da reforma. Como essas mudanças podem demorar mais do que o planejado inicialmente, há a possibilidade de afetar o retorno financeiro esperado.

Já para quem busca uma propriedade para morar, adquirir uma casa ou apartamento que necessite de reformas pode trazer uma economia no valor de compra. Todavia, deve-se levar em consideração os custos adicionais das melhorias e traçar um orçamento condizente com a realidade financeira de cada um.

Nesse sentido, a recomendação é fazer uma avaliação e tentar um desconto justo no momento de negociar o preço do imóvel, pensando no valor que a reforma ainda irá demandar. O tempo e o esforço necessários para a mudança da propriedade também devem ser avaliados. É preciso planejar onde morar enquanto o novo bem não fica pronto.

Qualidades valorizadas num imóvel ajudam a decidir o estilo da reforma

De acordo com pesquisa encomendada pelo Quinto Andar e feita pela Offerwise, o desejo da maioria dos brasileiros entrevistados é morar num imóvel com mais espaço e menos luxo. O levantamento foi realizado com 1.500 pessoas maiores de 18 anos, das cinco regiões do Brasil, de todas as classes sociais.

Do total de entrevistados, 73% afirmam que o imóvel não deveria custar mais de R$ 500 mil para ser considerado ideal. Somente 7% disseram que o seu sonho de consumo é possuir um imóvel de mais de R$ 1 milhão.

Além disso, 59% comentaram que não fazem questão de luxos como ter um cinema privativo. Segundo a pesquisa, uma casa com três quartos, dois banheiros – sendo uma suíte –, duas vagas na garagem, escritório e espaço com salão de festas e de jogos, churrasqueira, piscina, área para pet e horta é o suficiente.

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Novo proprietário deve estar atento ao tipo de habitação e localização

Conforme a pesquisa do Quinto Andar, para 67% dos entrevistados, o imóvel ideal é uma casa, e, para 21%, um apartamento é o mais desejável. Já 11% dos participantes mencionaram uma chácara ou um sítio como o tipo de habitação dos sonhos. Em termos de localização, para 44% dos consultados, o bem deve estar na capital, enquanto 34% preferem o litoral ou o interior.

Três fatores foram apontados pelos entrevistados como os principais desafios para conseguir a moradia dos sonhos. Ter dinheiro suficiente foi a dificuldade mais citada, 62% apontaram as condições financeiras como impeditivo.

Já o segundo desafio, mencionado por 10%, é achar um imóvel do jeito desejado, e o terceiro é ter um emprego que possibilite trabalhar em casa, no modelo home office ou poder morar onde quiser, indicado por 8% dos participantes.

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