Epiglotite: sintomas, causas e tratamento

Epiglotite é uma inflamação grave da epiglote, causada geralmente por infecção. Sintomas incluem dificuldade de respirar, febre e dor de garganta. Tratamento envolve antibióticos e, às vezes, intubação.

Quais os sinais e sintomas

A epiglotite é uma infecção aguda e séria que resulta no inchaço da epiglote, uma pequena cartilagem na parte superior da laringe que impede que alimentos e líquidos entrem na traqueia durante a deglutição. Esta condição, se não tratada de forma adequada, pode obstruir as vias aéreas, tornando-se uma emergência médica. Entre os sinais e sintomas mais comuns da epiglotite, a dificuldade para respirar ocupa posição de destaque, podendo rapidamente progredir para uma estridência respiratória grave. Os pacientes acometidos geralmente manifestam uma voz abafada ou rouca, conhecida como “voz de sapo”, e muitas vezes apresentam uma postura característica, inclinada para frente com a boca aberta, na tentativa de captar mais ar.

A dor ao engolir, tanto alimentos sólidos quanto líquidos, é um sintoma frequente, acompanhada de uma sensação de irritação na garganta. Febre alta e salivação excessiva também podem ocorrer, decorrentes do processo infeccioso e da dificuldade em deglutir. A aparência do pescoço, muitas vezes inflamado, juntamente com a presença de sinais de ansiedade ou angústia devido à dificuldade respiratória, ajuda no reconhecimento da doença.

Possíveis causas

A causa mais comum da epiglotite em adultos e crianças é a infecção bacteriana, com a Haemophilus influenzae tipo b (Hib) sendo historicamente a principal responsável. No entanto, com a introdução e ampla utilização da vacinação contra Hib, a incidência de epiglotite causada por esse patógeno tem diminuído significativamente. Outros agentes bacterianos, como Streptococcus pneumoniae, Streptococcus A, Staphylococcus aureus e até mesmo microrganismos atípicos, como Candida albicans (um fungo), também podem ser responsáveis por casos de epiglotite.

Além das infecções, existem fatores não infecciosos que podem desencadear a inflamação da epiglote. Traumas físicos, como queimaduras causadas por ingestão de líquidos muito quentes, lesões por ingestão de corpos estranhos ou procedimentos médicos, podem provocar a inflamação da área. As condições inflamatórias crônicas, como doenças autoimunes, também podem ser consideradas possíveis causas da epiglotite, embora sejam menos comuns.

Transmissão da epiglotite

A transmissão da epiglotite geralmente ocorre de maneira direta, através do contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. No caso das causas infecciosas, principalmente as bacterianas, o contágio pode acontecer por meio de gotículas expelidas durante a tosse, espirros, ou até mesmo durante conversas próximas. Em ambientes familiares, escolares ou hospitais, onde o espaço compartilhado e o contato próximo são mais habituais, o risco de transmissão aumenta consideravelmente.

Contudo, é importante discernir que, apesar de ser transmissível, a epiglotite não é tão facilmente disseminada como outras infecções respiratórias, graças em parte à vacinação contra o Haemophilus influenzae tipo b. A vacinação contribuiu para uma redução significativa na transmissão dessa bactéria, diminuindo assim a incidência geral da doença. Contudo, a vigilância continua sendo essencial, principalmente em relação a crianças não vacinadas e indivíduos imunocomprometidos.

Em que consiste o diagnóstico

O diagnóstico da epiglotite deve ser feito de forma rápida e precisa, devido à possibilidade de progressão para uma obstrução das vias aéreas, potencialmente fatal. Inicialmente, uma análise dos sintomas apresentados pelo paciente pode oferecer importantes pistas. No entanto, o diagnóstico definitivo muitas vezes requer exames de imagem, como radiografias laterais do pescoço, que podem revelar o inchaço característico da epiglote, conhecido como “sinal do polegar”.

Além dos exames de imagem, a laringoscopia – um procedimento que permite visualizar diretamente a laringe e a epiglote com o auxílio de um laringoscópio – pode ser realizada, embora com grande cautela para não provocar uma obstrução das vias aéreas pelo estímulo. Culturas de sangue e secreções da garganta também podem ser colhidas, buscando identificar o agente causador da infecção, o que é vital para o direcionamento da terapia antibiótica.

Como é feito o tratamento

O tratamento da epiglotite requer medidas emergenciais para garantir a permeabilidade das vias aéreas do paciente. Inicialmente, pode ser necessário o uso de suporte de oxigênio, e em casos graves, a intubação endotraqueal ou até mesmo uma traqueostomia de emergência para garantir a respiração. Uma vez assegurada a via aérea, o tratamento se concentra na causa subjacente, que na maioria dos casos é de origem bacteriana.

Antibióticos de amplo espectro são administrados de imediato, ajustando o tratamento conforme os resultados das culturas e sensibilidade dos agentes identificados. Em casos de epiglotite por causas não infecciosas, o tratamento pode incluir corticosteroides para reduzir a inflamação. O manejo da dor e da febre também é crucial, melhorando o conforto do paciente.

A hospitalização é geralmente necessária, especialmente para crianças, onde o risco de obstrução das vias aéreas é mais iminente. O acompanhamento médico contínuo e a monitorização cuidadosa das condições respiratórias são essenciais até que a inflamação da epiglote tenha diminuído significativamente e a situação esteja estabilizada. A colaboração multi-disciplinar, incluindo especialistas em doenças infecciosas, otorrinolaringologistas e intensivistas, frequente reforça a abordagem terapêutica, assegurando a melhor outcome possível para o paciente.

Este conteúdo não deve ser usado como consulta médica. Para melhor tratamento, sempre consulte um médico.

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