Rosalía e Maneskin fecham Primavera Sound de Barcelona com empolgação

BARCELONA, ESPANHA (FOLHAPRESS) – O Primavera Sound Barcelona 2023 terminou na madrugada de domingo (4) com a sua estrela máxima, Rosalía, exibindo uma versão vanguardista e emocionante de si mesma.

Uma Rosalía, que, talvez mais do que espanhola, é catalã, e foi nessa língua que se dirigiu ao público que lotou o palco principal para assistir a um show de pouco mais de uma hora que começou às 2h.

Emocionante porque, há apenas cinco anos, ela assistia Grace Jones naquele palco –mas, então, como uma entre dezenas de milhares de pessoas na plateia. Rosalía enfrentou problemas de som, mas sua mistura eletrônica ultramoderna com lances de flamenco, funk e reggaeton arrebataram os fãs.

Abrindo com “Saoko”, emendou canções como “La Noche de Anoche”, “Despechá” “Motomami”, “Malamente” e “Héroe”, conquistando de cara a plateia que cantava seus hits de cor.

Antes, o palco principal de Barcelona recebeu a americana St. Vincent para um show bastante calcado no rock e em nas guitarras, uma delas empunhada pela artista. De botas brancas até o joelho e um micro shorts preto, ela desceu para perto da audiência e cantou uma música inteira ali enquanto os espectadores mais próximos seguravam suas coxas.

O Maneskin, em um palco menor, poderia ter estado no púlpito principal. O público respondeu loucamente aos trejeitos e aos maneirismos do vocalista e o estilo metaleiro do guitarrista e da baixista. A plateia cantou de cor praticamente todas as músicas, inclusive aquelas em italiano.

Cento e oitenta mil pessoas passaram pelo Parc del Fòrum nos três dias de festival, com uma média de 60 mil por noite. Foram cerca de 200 atrações, sendo que mais de 20 tiveram seus shows transmitidos, inclusive para o Brasil, ao vivo pela Amazon Music.

Na noite anterior, Kendrick Lamar havia deixado os espanhóis boquiabertos, ao apresentar seu hip-hop com elementos de jazz, funk e soul, em sua tentativa, em grande parte vitoriosa, de condensar a cultura afro-americana em um punhado de canções.

Sozinho no palco, com exceção de bailarinos em algumas canções, Lamar não correu, não gritou, não provocou o público. Apenas cuspiu palavras como uma metralhadora. Entre as músicas, ficava parado, olhando para o nada.

Antes dele, o Depeche Mode dominou o vasto público em frente ao palco principal e demonstrou que tem bala para continuar após a morte do tecladista Andrew Flecher, no ano passado.

Eles acabaram de lançar um disco novo, mas tocaram apenas três canções inéditas. O grosso ficou mesmo para os hinos eletrônicos do underground que fizeram a fama mundial dos britânicos.

Em uma hora e 40 minutos, com muito lápis nos olhos, Gahan rodopiou e rebolou de costas para a plateia com seu colete brilhante e colorido. Fletcher foi homenageado com canções e uma foto no telão, que partia dele jovem e ia envelhecendo, como para lembrar a todos nós que a vida é curta.

Na quinta-feira (1°), primeiro dia do festival, brilharam o New Order e o Blur. Os primeiros, egressos dos anos 1980, passaram 75 minutos desfilando canções do século 20 que ainda funcionam muito bem no 21.

Bernard Sumner, Gillian Gilbert e Stephen Morris fizeram com que uma boa quantidade de homens e mulheres grisalhos se sentissem extraordinários, para citar a primeira frase da canção “True Faith”. Aqui não houve novidades; o que valia mesmo eram os hits.

Descrição semelhante pode ser feita para o Blur, que encerrou a primeira noite com um show bastante roqueiro, mais do que seus discos poderiam levar a crer. Os ingleses dos anos 1990 enfileiraram hits sem parar, numa espécie de coletânea imbatível com o melhor de sua carreira.

A apresentação visual do grupo também foi marcante, com imagens nos telões sempre em preto e branco, mas tratadas com cores, substituindo o branco por azul, rosa, verde, amarelo etc.

Com tantas atrações, é preciso citar os bons shows de Calvin Harris, John Cale, Le Tigre, The War on Drugs, The Voidz e tantos outros. Pela primeira vez na história, em sua 21ª edição, esse line up se apresentará, de forma quase idêntica, no próximo fim de semana no Primavera Sound Madri, a capital espanhola. E, no início de dezembro, acontece a segunda edição paulistana.

O jornalista viajou a convite da Amazon Music

Autor(es): IVAN FINOTTI / FOLHAPRESS

Sobre o autor da postagem:

Picture of Conexão Jornalismo

Conexão Jornalismo

Com a Missão de levar notícia e informação para os leitores, a Conexão Jornalismo trabalha com as melhores fontes de notícias e os melhores redatores.

Fique por dentro:

nos siga no google news

Compartilhe:

Facebook
Pinterest
Twitter
LinkedIn
WhatsApp