Roberto de Carvalho fala sobre morte de Rita Lee

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Roberto de Carvalho, 70, em entrevista à revista Veja:

Mais de um mês após a morte de Rita Lee, o artista desabafa sobre como tem se sentido. A rainha do rock morreu no dia 8 de maio, aos 75 anos, em sua casa, em São Paulo.

“É a sequência de um longo processo de uma vida toda”, disse ele, com voz embargada. Ele, então, continua e diz: “Tenho altos e baixos. Tem horas em que estou em paz com o que aconteceu. Tem horas em que desabo. Particularmente, não creio que eu possa algum dia ter a coragem que ela teve de passar por tudo que passou. Depois que ela subiu, tive até certo alívio com o fim do flagelo”.

Após a partida da rainha do rock, o compositor afirma que está em uma busca de se conhecer sem ela em sua vida.

Por outro lado, morreu morreu um pedaço de mim também. Estou no processo de entender quem sou e o que sobrou de mim após toda essa situação. Roberto de Carvalho

Conversas com a rainha do rock sobre morte. “A morte nunca foi um tabu para nós. Sempre falamos sobre isso com naturalidade, especialmente durante a pandemia. No primeiro ano da pandemia, fomos morar na Granja (sítio em Cotia, na Grande São Paulo) e tivemos um convívio bastante intenso. Nossa rotina era gostosa, de tomar sol, de fazer nossa comidinha, de ver televisão. Era uma utopia dentro da distopia. Olhando para trás, parece que foi um ano de despedida da nossa vida.”

Ele então fala quando isso mudou em suas vidas. “Tudo desandou após Rita parecer sentir os efeitos da segunda dose da vacina da Covid e, no hospital, descobrirmos que na realidade ela estava com câncer. Foi o começo do fim. Com o tratamento, deletamos o tumor do pulmão, mas surgiram metástases nos brônquios e em outros lugares do corpo, como o famoso “Jair”, um tumor na lateral da barriga”.

Quando eles achavam que haveria uma vitória, o médico chamou Roberto em um canto, longe da Rita, e disse: “‘Não tenho boas notícias. Metástase no cérebro’. Eu desmaiei. Apaguei”, relembrou.

Manifestação de carinho dos fãs após a morte da cantora. “Leio tudo o que eles escrevem no Instagram. São coisas muito legais e que me consolam muito. O velório no Planetário do Ibirapuera foi uma das coisas mais emocionantes que já presenciei”.

O artista falou do desejo de Rita em ter as cinzas jogadas no jardim de sua casa. “As cinzas da Rita estão aqui em casa, num altar. Vamos jogá-las no jardim, mas só quando eu subir e encontrar com ela. Quero ser cremado e que as minhas cinzas sejam misturadas com as dela. Aí nossos filhos decidem o que fazer. Nesse meio tempo, ela fica aqui pertinho de mim.”

Lançamento de material inédito da rainha do rock. “Nossos filhos é que estão envolvidos nessa parte. João fez recentemente uma bela releitura de nossos hits e lançou álbuns com remixes. Beto está fazendo shows em homenagem a ela com uma banda formada por músicos que já tocaram conosco. E Antonio, que é das artes plásticas, está desenvolvendo coisas nessa área. Vou supervisionar tudo.”

Projetos futuros sobre o legado de Rita: “Existe o projeto de uma cinebiografia, tem ainda documentários e filmes. Tenho interesse em fazer um filme sobre nossa história de amor, uma love story musical. Temos, ainda, muitos shows ao vivo gravados e algumas músicas inéditas (mas não muitas). Lançaremos em disco a apresentação que fizemos em 2002 no Luna Park, em Buenos Aires, por exemplo”, disse ele.

Autor(es): / FOLHAPRESS

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