Bancos médios levantam preocupação com corte de juros do consignado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A ABBC (Associação Brasileira de Bancos), que representa os bancos de pequeno e médio porte, manifestou preocupação nesta quarta (15) com os efeitos do corte do juro do consignado sobre as empresas do setor.

Segundo a entidade, uma parte do mercado já opera oferecendo crédito com taxas abaixo do teto e com baixa rentabilidade na operação. Dessa forma, a redução das taxas de 2,14% ao mês para 1,70%, aprovada pelo Conselho Nacional de Previdêncial Social nesta segunda-feira (13), deve inviabilizar a concessão de dinheiro ao público, especialmente aqueles que concentram maior risco de inadimplência, ou seja, os que têm renda menor e a camada mais idosa, segundo a ABBC.

“A redução traz riscos à continuidade das suas atuações nesta operação com a implementação dos novos tetos, o que poderá resultar em concentração de mercado em poucos bancos, prejudicando a concorrência na prestação de serviços ao aposentado, em especial para o público não-bancarizado”, diz a ABBC.

A entidade prevê nova queda nos empréstimos, aprofundando movimento registrado nos últimos anos. Em 2020, foram repassados R$ 104 bilhões ao público do INSS, caindo para R$ 56 bilhões no ano passado –nível abaixo do registrado em 2019, quando foram concedidos R$ 78 bilhões.

A ABBC afirma que o novo teto pode gerar uma “deterioração importante” no mercado de trabalho em um cenário com mais de 77 mil empresas que atuam na oferta do consignado e 240 mil profissionais certificados para a comercialização do crédito.

“Acreditamos que haverá impacto também na atuação dos correspondentes, responsáveis por aproximadamente 50% da origem dos valores emprestados, prestando atendimento inclusive em regiões rurais e de difícil acesso, áreas não totalmente assistidas pela rede bancária”, diz a entidade.

Nesta semana, a Febraban divulgou nota em que afirma que “os patamares de juros fixados não suportam a estrutura de custos do produto e os novos tetos têm elevado risco de reduzir a oferta do crédito consignado, levando um público, carente de opções de crédito acessível, a produtos que possuem em sua estrutura taxas mais caras (produtos sem garantias), pois uma parte considerável já está negativada”.

Autor(es): JOANA CUNHA / FOLHAPRESS

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