BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Pivô de uma crise no governo Lula (PT), a União Brasil perdeu um senador e pode ficar sem outro nos próximos dias.
Rodrigo Cunha anunciou nesta quarta-feira (14) sua filiação ao Podemos, com o objetivo de se fortalecer politicamente em seu estado, Alagoas. A legenda também negocia a filiação da senadora Soraya Thronicke (MS), que foi candidata à Presidência da República pela União Brasil nas últimas eleições.
Dirigentes da União Brasil e do Podemos já foram avisados da intenção por Soraya e dizem que as negociações estão avançadas.
A senadora, que tem tido uma relação de turbulência com a União nos últimos tempos, nega a mudança de partido neste momento. Soraya está internada em um hospital particular de Brasília para acompanhar o quadro alérgico grave que se manifestou há algumas semanas.
“A parlamentar garante que, neste momento, permanece filiada ao seu partido União Brasil e qualquer informação a respeito de uma possível mudança de sigla será informada oficialmente por sua assessoria de imprensa”, disse sua assessoria, em nota.
Com a filiação de Cunha e a possível saída de Soraya, a União Brasil ficará com sete senadores, uma redução de três cadeiras em relação ao mês das eleições, outubro de 2022.
No começo do ano, o partido já tinha sofrido uma baixa com a saída do senador Chico Rodrigues (RR), atualmente no PSB.
Na época, pesou a busca de Rodrigues por um partido da base de Lula, o do vice-presidente da República Geraldo Alckmin (PSB).
A União Brasil, que é o resultado da fusão do DEM com o PSL, tem abrigado uma disputa interna de correntes e hoje é a maior dor de cabeça dentro da base do governo Lula.
O partido tem três ministérios em sua cota. Na Câmara, o grupo liderado por Elmar Nascimento (BA) pressiona o governo a trocar a ministra Daniela Carneiro (Turismo) , em litígio com a bancada, por Celso Sabino (União Brasil-PA).
No Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) é o padrinho dos dois outros ministros na cota da legenda, Juscelino Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional).
O líder da União Brasil no Senado, Efraim Filho (União Brasil-PB), afirmou que o partido negocia a filiação de outro senador. “Perdeu um e vai ganhar um. Então a bancada não ficará menor”, disse Efraim sobre a saída de Cunha.
Um dos nomes em negociação é o do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN). O senador tem afirmado a pessoas próximas, no entanto, que tende a se filiar ao PP, sigla do também senador e ex-ministro Ciro Nogueira (PI).
Atualmente as maiores bancadas no Senado são do PSD de Rodrigo Pacheco (MG), com 15 das 81 vagas, e o PL de Jair Bolsonaro, com 12.
Autor(es): RANIER BRAGON E THAÍSA OLIVEIRA / FOLHAPRESS