Reunião de Lula tem queixas de ministra ameaçada sobre Orçamento e cobrança de cargos

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que está ameaçada perder o cargo, defendeu durante reunião ministerial nesta quinta-feira (15) o seu trabalho à frente da pasta, apesar de contar com o menor orçamento da Esplanada dos Ministérios.

Daniela citou uma frase motivacional do filósofo Mario Sergio Cortella, sobre as dificuldades financeiras enfrentadas por seu ministério.

“Faça o teu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores, para fazer melhor ainda”, disse.

O presidente Lula (PT) realiza nesta quinta a terceira reunião ministerial de seu governo. O encontro acontece em meio a críticas da articulação política e também à pressão pela demissão de Daniela.

O Palácio do Planalto vem sofrendo pressão da União Brasil para que demita a ministra do Turismo, nomeando para o seu cargo o deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA).

A ministra, eleita pelo partido, pediu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para se desfiliar por causa de divergências políticas do seu grupo político com o comando da legenda. O seu marido, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho, já migrou para o Republicanos.

Na terça-feira (13), Lula chegou a se reunir com Daniela Carneiro e seu marido para tratar da situação política da ministra. Também participou do encontro o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Após o encontro, o governo informou que a ministra permanecia naquele momento no cargo. Iria participar de audiências na Câmara e no Senado para explicar as prioridades de sua pasta e também da reunião ministerial.

Na Câmara, a ministra afirmou haver machismo na pressão pela sua demissão. E disse que seguia leal ao presidente Lula, independente das decisões futuras.

A reunião ministerial envolveu os titulares de todas as pastas.

Em relação à articulação, Padilha disse no encontro que o governo precisa reverter a imagem de que seja avesso a parlamentar. Acrescentou que a equipe de Lula é formada por políticos experientes, que são craques sob a liderança de um “Pelé e um Tostão”, que seriam Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

O ministro ainda citou em tom de cobrança que há mais de 400 nomes indicados para cargos no governo federal, que não chegaram nem a ser incluídos no sistema pelos demais ministros.

O represamento das nomeações foi uma das reclamações do Congresso Nacional, na disputa com o Executivo, que chegou a colocar em risco a aprovação da medida provisória da reestruturação da Esplanada dos Ministérios.

Padilha ainda pediu para os ministros que, quando viajarem aos estados, avisem previamente os parlamentares locais para que acompanhem as agendas oficiais. Essa é uma outra queixa dos parlamentares.

Autor(es): CATIA SEABRA E RENATO MACHADO / FOLHAPRESS

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