SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pesquisa da Genial/Quaest indica que os brasileiros estão divididos sobre o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que poderá tornar Jair Bolsonaro (PL) inelegível.
O levantamento entrevistou presencialmente 2.029 pessoas com 16 anos ou mais de 15 a 18 de junho, em 120 municípios. A margem de erro estimada é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos
Quase a metade dos entrevistados (47%) respondeu que o TSE deveria, sim, condenar Bolsonaro pelas falas sobre fraude nas urnas. Outros 43% disseram não. Os índices representam empate técnico, porque estão no limite da margem de erro. Outros 10% não souberam ou não quiseram responder.
“O julgamento do TSE remete à divisão que marcou a eleição de 2022, mas com uma leve vantagem a favor da condenação de Bolsonaro”, diz Felipe Nunes, diretor da Quaest.
O tribunal começa a julgar nesta quinta (22) a ação. Será analisado se a reunião promovida por ele com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado, configura abuso de poder político. Na ocasião, o então mandatário fez acusações contra o sistema eleitoral sem apresentar provas.
Entre os que que votaram em Lula (PT) no segundo turno, o percentual dos que avaliam que Bolsonaro deve ser considerado culpado pelo TSE sobe para 80%. Neste grupo, 12% responderam que não, e outros 8% não souberam ou não quiseram responder.
Os números praticamente se invertem entre os que escolheram Bolsonaro no segundo turno. A maioria deles (82%) é contra a condenação do ex-presidente pelo TSE 13% são a favor, e 6% não se manifestaram.
Já entre os que votaram branco, nulo ou se ausentaram no segundo turno, 47% são favoráveis à condenação, 33% são contra, e 20% não responderam.
Das 2.029 pessoas que participaram da pesquisa, o percentual dos que declararam voto em Lula foi de 39%, e em Bolsonaro, 37%. Outros 20% disseram que votaram branco, nulo ou se ausentaram no segundo turno. E 4% não responderam.
A pesquisa também perguntou quem Bolsonaro deve apoiar caso ele não possa se candidatar. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece em primeiro com 21%, seguido da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro com 15% índices idênticos ao do levantamento anterior, de abril deste ano.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), surge na sequência com 11%, e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) é citado por 4% dos participantes. A opção “nenhum deles” foi a escolhida por 27% das pessoas. Não responderam foi a categoria assinalada por 21%, e 1% respondeu “outros”.
Dentre os que votaram em Bolsonaro, os percentuais de Tarcísio e Michelle são ainda maiores: 33% e 24%, respectivamente. Já Zema e Flávio Bolsonaro se mantêm no mesmo patamar, com 11% para o governador mineiro, e 5% para o filho do ex-presidente.
Já entre os que votaram em Lula, o resultado da pergunta sobre quem Bolsonaro deve apoiar caso ele não possa se candidatar, ficou empatado entre Tarcísio e Zema, ambos com 12%. Michele aparece com 8%, e Flávio Bolsonaro com 3%. A opção mais assinalada neste grupo é “nenhum deles”: 44%.
Para 41% dos entrevistados, o apoio de Bolsonaro a um candidato a presidente diminui a chance de se votar neste político. Outros 33% disseram o contrário, que aumenta a possibilidade de o candidato ser o escolhido.
Para 18%, o apoio do ex-presidente é indiferente ou não influencia. E 7% não responderam.
O levantamento é financiado pela corretora de investimentos digital Genial Investimentos, controlada pelo banco Genial.
Autor(es): MÔNICA BERGAMO / FOLHAPRESS