Quarta-feira, 27 de Dezembro de 2017
2018 e a guerra anunciada
 | Os conflitos interpessoais e sociais vão voltar a se acirrar |
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Por Fábio Lau*
Não haverá trégua em 2018. De parte a parte (leia-se direita e esquerda)o ano que entra vai virar cenário de guerra. E não vai tardar. Em janeiro, na segunda quinzena, a decisão sobre a possibilidade ou não de Lula disputar as eleições irá acender o fogo na pira política. A disputa judicial, inevitável, entre defesa de Lula, MP, Judiciário, STF e mídia, vai se prolongar. Entretanto, os grupos que tentam impedir o retorno do ex-presidente vai tentar prorrogar a batida de martelo até o momento em que a vitória eleitoral se mostrar inevitável: no segundo semestre de 2018. Só falta combinar com os russos.
Há quem aposte que haverá um armistício informal até junho por conta da Copa do Mundo. Haveria, sim, caso o TRF4 não tivesse antecipado sua estreia no teatro da política. Particularmente não acredito neste duende verde e amarelo. Explico: O dia 24 de janeiro, em Porto Alegre, quando o TRF4 vai decidir se ratifica ou não a condenação de Lula por Moro, será o marco, a largada deste novo processo político e social.
O brasileiro, hoje, está envergonhado de si. A propalada omissão diante das perdas de conquistas nos campos previdenciário e trabalhista deverá estancar tão logo a decisão sobre Lula se consolide. Falta, portanto, um motivo a mais para explodir. E a vergonha nacional ficou ainda mais evidente com o comportamento da vizinha Argentina: o povo de lá mostrou como é que se deve fazer para lutar pela preservação dos direitos.
No campo digital, das mídias sociais, onde conflitos de ordem pessoal dividiram o país entre dois grupos nos últimos três anos, e determinou o rompimento de longas amizades, a coisa tende a se acirrar. Os amigos sobreviventes, por certo, voltarão a se estranhar.
Silenciosos desde que o golpe mostrou-se uma jogada de oportunistas, os eleitores da direita podem até admitir o erro na aposta, diante do fracasso Temer, mas jamais se curvarão a evidência de que o PT é a única saída viável para o país. Tampouco seu símbolo maior: Lula.
E sem um nome minimamente confiável à direita, sua única alternativa será Bolsonaro.
Este, é sabido, só manterá a candidatura caso Lula saia da disputa. O militar de extrema direita, defensor da ditadura e contrário às principais conquistas sociais do ciclo PT, sabe que não vencerá Lula e não poderá arriscar a perda da imunidade parlamentar.
A guerra é inevitável. E tem dia e hora marcados.
* Fábio Lau é jornalista, não tem bola de cristal, mas costuma acertar um ou até dois números na Mega Sena.
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