Quarta-feira, 13 de Novembro de 2019
Defensores do golpe na Venezuela invadem embaixada do país em Brasília
 | Venezuela desrespeitada pelo governo brasileiro |
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Cerca de 20 pessoas, entre elas milicianos apoiadores de Bolsonaro e aliados de Juan Guaidó, o autoproclamado presidente daquele país, invadiram a embaixada da Venezuela em Brasília em um claro desrespeito ao território venezuelano no Brasil. Parlamentares de partidos de esquerda foram até o lugar onde protestaram e exigiram que a PM entrasse e retirasse os invasores. Estes, por sua vez, disseram ter sido convidados a entrar a convite da embaixadora Maria Teresa Belandria.
Um assessor diplomático do governo Maduro pediu que parlamentares brasileiros e movimentos sociais fossem para a embaixada em seu socorro e para garantir a legitimidade da representação diplomática - o que ocorre logo no início da manhã.
Neste momento há claro sinais de que os agressores, que receberam o apoio silencioso do governo Jair Bolsonaro, perderam a força política. O filho do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), defendeu a invasão. Ele, que tentou se tornar embaixador do Brasil em Washigton, revelou, mais uma vez, desconhecer as regras democráticas:
- Nunca entendia essa situação. Se o Brasil reconhece Guaidó como presidente da Venezuela por que a embaixadora Maria Teresa Belandria, indicada por ele, não estava fisicamente na embaixada? Ao que parece agora está sendo feito o certo, o justo", escreveu o parlamentar.
Para a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ), a ação representou um atentado à soberania e à democracia. Paulo Pimenta (PT/RS) também identificou o ato como uma hostilidade inaceitável contra um governo legítimo de um país amigo.
Maria do Rosário (PT/RS) disse que acredita que o Itamarati esteja dando apoio à invasão:
- Vejo uma conexão com o que acontece na Bolívia e com a volta da esquerda na Argentina. As manifestações no Chile também estão apavorando a direita Latina Americana.
A ocupação ocorreu na mesma semana em que um golpe militar e policial removeu da Presidência o presidente da Bolívia, Evo Morales, com o apoio do governo brasileiro. Ela se acentua também no momento em que o governo de direita no Brasil e seus apoiadores tentam recolocar Lula na prisão - de onde saiu após decisão judicial na última sexta-feira (8).
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