Quarta-feira, 10 de Janeiro de 2018
No debate entre francesas e americanas sobrou para o jornalista
 | Oprah: o debate excludente e a reação francesa |
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Por Fábio Lau
Dureza. A gente traz debate importante para a nossa página do Facebook, disposto a contribuir com o debate sobre assédios e outros males da sociedade, e pimba! Pancada na cabeça. Quem jogou Queimado ou ficou na barreira em jogo valendo pelo campeonato sabe o que significa. O sujeito protege as partes baixas, mas esquece a cara. De lascar!
- Calado!
Ouvi isso essa palavra. Ou li. O que dá no mesmo. Coisa dura quando o que se quer é o contrário: o debate.
Leia também:
Feministas francesas criticam puritanismo das americanasLi também que neste debate, na sua página, que tem como protagonistas a francesa Catherine Deneuve, a apresentadora americana Oprah Winfrey e a colunista Danuza Leão (chamada para intermediar hoje em matéria do Globo), você foi machista até na escolha das fotos. Como assim? "A foto da francesa é maior do que a Oprah!"
- Porra, mas não fui eu que escolhi. Coloquei três fotos com o mesmo tamanho acreditando que as três repousariam alinhadas no FB. Mas ele (o brinquedinho de Mark) achou por bem eleger a foto da francesa para ter destaque. Ficou duas vezes maior do que a das outras.
O tema feminismo/machismo/assédio está só começando. Polemizar é um caminho para debater. Ouvir, divergir e analisar opiniões contrárias certamente vão ajudar.
Quem ficar calado, como sugeriu internauta, estará vencido e superado. E quem desejar calar também. O tempo é para falar. O lugar de fala é aqui e agora.
Este jornalista, tão acostumado a ser criticado por mocinhos e bandidos devido ao passado de repórter policial - mais os primeiros do que os segundos - não esquenta com a divergência ou a contrariedade de opinião. Mas sim com o desrespeito na imposição contrária.
Não tolero intolerante. Pai de menino e menina (que já tem quase a minha idade), marido em casamentos, filho e irmão, jamais aprendi, ensinei ou impus o "calado" em tema algum. Na minha casa todos tem direito de errar. E em geral sou o que mais usufruo dele.
No debate entre francesas e americanas prefiro o primeiro grupo. Certas ou erradas elas incluíram homens. Admitiram que ele não é um erro em si e que deva ser combatido, mas um ser vivente que é parte deste jogo.
Entre machistas e não machistas há milhões de caras e espíritos com vontade de acertar e rever. E sabemos que o machismo não é exatamente uma questão de gênero. Há mulheres machistas da mesma maneira que feministas. E este princípio deve ser estendido a homens também.
Ninguém duvida que os homens são responsáveis por muitas das mazelas sociais. Mas não há como imaginar a solução com a ausência deles.
Se vou levar mais porrada? Claro. Mas por favor: só acima da linha de cintura.
Beijos fraternos
Fábio Lau
* Repórter e debatedô (com circunflexo, por favor).
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