Quarta-feira, 13 de Junho de 2018
Para não dizer que não falamos sobre..... Copa do Mundo
 | O craque do time é um menino mimado |
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Por Fábio Lau*
Você já deve ter passado por isso:
Durante a visita, a dona da casa oferece doce, bolo, café, Coca Cola, pudim. Você recusa o primeiro, o segundo, o terceiro. Você não quer nada. A insistência é incômoda, mas, para diminuir a pressão e evitar o constrangimento, aceita um pedaço de bolo e café - e abandona tudo pela metade.
É como percebo o esforço da Globo para fazer o brasileiro feliz, ansioso, esperançoso, motivado e vibrante por causa da Copa do Mundo. E não é achismo: 53% dos brasileiros não estão nem aí e seguiriam o curso da vida sem o evento. Números Datafolha.
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A Copa do Mundo não tem torcidaO brasileiro, felizmente, aprendeu a se vacinar contra a manipulação.
Isso não quer dizer que não irá ligar a TV ou não comemorará uma vitória. Longe disso. O que acontece que é que o brasileiro passa dar ao futebol a dimensão que ele tem.
Louve-se o esforço de colegas jornalista em busca de uma rua pintada.
Soube até de um que teria dado uma grana para que a garotada pintasse a sua.
Mas deve ser boato!
Tite é um chato empombado. Muita boca para falar. Mas é competente, claro.
A seleção é composta por atletas distantes. Há um jogador chamado Danilo. Soube de um jogador do passado que tinha este nome: Danilo Alvim, chamado O Príncipe. Há um século a separá-los. Mas só conhecia o primeiro.
O maior ídolo desta seleção é um garoto mimado.
Mas, tudo bem. A gente aceita um cafezinho.
Postei este texto em minha rede social. Muita gente concorda. Muitos discordam e acham que o brasileiro vai se engajar na Copa após a primeira vitória. Claro. E assim deve ser. O esporte é algo importante e mexe com o orgulho do povo - em qualquer país. Mas a conversa aqui é outra: o futebol não é mais a alegria do povo. E nem a tristeza. E uma coisa não se mistura com a outra.
* Fábio Lau é brasileiro, assistiu três títulos (a partir de 70) dos cinco conquistados, mas não gosta de jogador que se acha maior do que o esporte. E detesta jogador babaca!** NdaR - Na terça-feira, um programa esportivo, que envolve a mãe de jogadores, mostrou a seguinte imagem: lado a lado as mães de Neymar, Gabriel Jesus e Fernandinho (da lista dos famosos desconhecidos). Eis que as três são apresentadas ao estádio onde haverá a final da competição. Câmera fixa no olhar de uma delas que então, claro, se entrega e chora. A outra então diz o que o mundo queria ouvir - especialmente o mundo sacana que adora isso: "falta pouco!" Ri sozinho diante da cena patética. A Copa não começou - ok. Mas falta pouco. Voltei a lembrar de Fernando Vanucci em 1982 - uma imagem que deveria ser repetida a cada Copa. Ali, depois da segunda vitória milagrosa do Brasil, em um time que tinha Valdir Peres e Serginho mas insistem em chamá-lo de "fantástico" e "injustiçado", o apresentador da Globo disse: "o tetra é uma questão de tempo!" E olha que naquele time havia Zico, Falcão, Sócrates, Éder.... E o país estava numa merda federal? Sim.
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